quinta-feira, 29 de setembro de 2011

à noite

dois amigos conversavam, jogando conversa fora enquanto esperavam por alguém. discutiam sobre o dia a dia, sobre a vida e sobre seus objetivos de ser. um deles comentava que tirara a conclusão sobre sua vida, que seu caminho a seguir estava claro, uma consolidação posta e aceita. o segundo questionava a incerteza que adorava andar atrás de sua vida e dizia que gostaria de descobrir o que nasceu para ser. e conversavam sobre vocações e descobertas para fazer ou não isso ou aquilo. enquanto declaravam, eu descubri que posso fazer isso , eu descubri que posso e gosto de fazer aquilo, a terceira pessoa, o alguém por quem esperavam, chegou e se intormeteu na conversa:
-Todo dia quando acordo eu me descubro.

gera dor ou comodismo

Nós quase sempre procuramos por novas formas de sofrer e nunca novas formas de ser feliz. Talvez seja esse um dos maiores problemas dos seres humanos, o comodismo de ficar reclamando do sofrimento e não fazer nada para mudar, nada. Talvez estejam esperando por uma panacéia que tenha adequamento à tudo e à todos. Esta não chegará. E então ficam sofrendo e reclamando do sofrimento, ficam se desgastando aos poucos, adquirindo uma espécie de isquemia que ataca ao corpo todo, gerando mais dor, gerador.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tudo Certo e Nada no Lugar

Assim se encontrava a vida em uma vila não muito distante e também nem um pouco única no mundo. Mas quem haveria de ser Serafim para mudar essa história. Não aceitava, contudo acreditara uma vez que não tinha forças suficientes e nem a audácia para confrontar tal fato que já havia sido aceito por quase todos que ali habitavam. Essa única vez foi suficiente para adormecer a possibilidade de mudança. Serafim começara a tentar a adaptar-se à essa nova vida, nessa vila onde ninguém se entregava totalmente, onde ninguém se deixava ser por completo. Serafim ficava se perguntando como as pessoas podiam viver assim, sem viver intensamente e ficava tentando achar onde estava a felicidade destas pessoas. Tinha dias que virava sombra de gente pra ficar observando se essa gente não havia deixado a felicidade cair pelo caminho pra poder devolver à esta. Certa vez nessas andanças a trás de gente, conheceu o Ágora, que aparentava ser a pessoas mais nativa dessa vila, era uma pessoa sem graça, sem sal aos olhos de Serafim e ainda assim era muito feliz, pode ter certeza que havia nascido nessa vila e desde pequeno se acostumara com essa vida, era o que Serafim pensava. Apesar das diferenças os dois tornaram-se amigos. Ágora um dia perguntou à Serafim: -O que são essas pequenas coisas de que você sente tanta falta? -São tão pequenas  mas fazem tanta falta, tanta diferença. Um deitar-se na grama pra ver estrelas, cantar ao de todo dia, chorar aos fins de tarde, dançar venerando a noite, ver uma lua no céu, ver outra lua no mar, gostar de um lugar onde a falsidade não vigora, coisas simples que podemos sempre estar mantendo-as ao nosso redor. Segundos, minutos, horas, dias, semana, meses, anos passaram-se. Ágora, que antes só se importava com o presente, aprendeu com Serafim a preservar o passado, dar importância às bases e às essências da vida. Já Serafim se desgastara com o tempo, seu corpo, sua alma foi cedendo, o peso de querer mudar o mundo era muito grande. Um dia, de pernas bambas, não sustentou mais o peso da carne, cedeu, caiu ao mundo que julgava infeliz. Ágora tinha ido visitá-lo, não acreditara na cena que encontrou. Sem mais, nem manos, diante de sua indignação, escreveu um bilhete: "Você que me ensinaste a enxergar a beleza de todos os tempos, você que me ensinaste a viver e ser feliz de verdade com as pequenas e simples coisas da vida, você não existe mais? Aonde se encontra o você que eu conheci? Talvez você não seja mais você, o que é uma pena, um você que exalava tanta felicidade no meu mundo mesmo não se encaixando nele. E no momento, aonde não há nada em ordem, as pessoas enxergam tudo certo, mas eu não, pois você não pode se entregar, você não pode ceder ao peso de virar todo mundo, você deveria se assegurar de sua singularidade de ser. Um dia Serafim chegou a ser a fim de mudar o mundo. E agora Serafim? Será fim?"