quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Tudo Certo e Nada no Lugar
Assim se encontrava a vida em uma vila não muito distante e também nem um pouco única no mundo. Mas quem haveria de ser Serafim para mudar essa história. Não aceitava, contudo acreditara uma vez que não tinha forças suficientes e nem a audácia para confrontar tal fato que já havia sido aceito por quase todos que ali habitavam. Essa única vez foi suficiente para adormecer a possibilidade de mudança. Serafim começara a tentar a adaptar-se à essa nova vida, nessa vila onde ninguém se entregava totalmente, onde ninguém se deixava ser por completo. Serafim ficava se perguntando como as pessoas podiam viver assim, sem viver intensamente e ficava tentando achar onde estava a felicidade destas pessoas. Tinha dias que virava sombra de gente pra ficar observando se essa gente não havia deixado a felicidade cair pelo caminho pra poder devolver à esta. Certa vez nessas andanças a trás de gente, conheceu o Ágora, que aparentava ser a pessoas mais nativa dessa vila, era uma pessoa sem graça, sem sal aos olhos de Serafim e ainda assim era muito feliz, pode ter certeza que havia nascido nessa vila e desde pequeno se acostumara com essa vida, era o que Serafim pensava. Apesar das diferenças os dois tornaram-se amigos. Ágora um dia perguntou à Serafim: -O que são essas pequenas coisas de que você sente tanta falta? -São tão pequenas mas fazem tanta falta, tanta diferença. Um deitar-se na grama pra ver estrelas, cantar ao de todo dia, chorar aos fins de tarde, dançar venerando a noite, ver uma lua no céu, ver outra lua no mar, gostar de um lugar onde a falsidade não vigora, coisas simples que podemos sempre estar mantendo-as ao nosso redor. Segundos, minutos, horas, dias, semana, meses, anos passaram-se. Ágora, que antes só se importava com o presente, aprendeu com Serafim a preservar o passado, dar importância às bases e às essências da vida. Já Serafim se desgastara com o tempo, seu corpo, sua alma foi cedendo, o peso de querer mudar o mundo era muito grande. Um dia, de pernas bambas, não sustentou mais o peso da carne, cedeu, caiu ao mundo que julgava infeliz. Ágora tinha ido visitá-lo, não acreditara na cena que encontrou. Sem mais, nem manos, diante de sua indignação, escreveu um bilhete: "Você que me ensinaste a enxergar a beleza de todos os tempos, você que me ensinaste a viver e ser feliz de verdade com as pequenas e simples coisas da vida, você não existe mais? Aonde se encontra o você que eu conheci? Talvez você não seja mais você, o que é uma pena, um você que exalava tanta felicidade no meu mundo mesmo não se encaixando nele. E no momento, aonde não há nada em ordem, as pessoas enxergam tudo certo, mas eu não, pois você não pode se entregar, você não pode ceder ao peso de virar todo mundo, você deveria se assegurar de sua singularidade de ser. Um dia Serafim chegou a ser a fim de mudar o mundo. E agora Serafim? Será fim?"
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